Política

Paz e estabilidade social debatidas em conferência

Pedro Ivo

Jornalista

Assuntos relacionados com a paz e estabilidade social, o papel dos partidos políticos e a economia do país nos 22 anos de Reconciliação Nacional foram debatidos, em Luanda, por diversas personalidades angolanas ligadas às mais diferentes áreas, desde a Política à Economia.

02/05/2024  Última atualização 11H45
Higino Carneiro (ao centro) reflectiu sobre os desafios actuais © Fotografia por: EDIÇÕES NOVEMBRO

A 2ª Conferência Angola, Paz e Desenvolvimento, promovida pela Associação Plataforma de Orientação para o Desenvolvimento (APODES) em parceria com a Universidade Óscar Ribas, levou, terça-feira, jovens estudantes desta instituição à reflexão sobre os ganhos que a paz trouxe, bem como os desafios e perspectivas para o futuro.

Ao dissertar sobre o tema "Angola 22 anos de Paz, desafios para o presente e bases para o futuro", o general Higino Carneiro considerou o Acordo de Paz um evento de dimensão nacional e internacional, por marcar o fim da guerra em Angola e o início do desenvolvimento económico e social.

Higino Carneiro lembrou alguns desígnios que passaram a ser elementos de base da estruturação da política nacional, nomeadamente, garantia da unidade e coesão nacional, promovendo a paz e a angolanidade; promoção do desenvolvimento humano e o bem-estar, erradicando a fome e a pobreza da população; promoção do desenvolvimento sustentável, assegurando a utilização eficaz dos recursos naturais e uma justa repartição do rendimento nacional.

Além destes, citou, também, a garantia de um ritmo elevado de desenvolvimento económico, como a estabilidade macroeconómica e diversidade estrutural; construção de uma sociedade democrática e participativa, garantindo as liberdades e direitos fundamentais e o desenvolvimento da sociedade civil, e promoção da inserção competitiva do país na economia mundial, garantindo uma comissão de destaque na África Subsariana.

Na ocasião, o general na reforma destacou o papel da figura do ex-Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, no alcance da paz definitiva no país. "Neste exercício jogou um papel importante, para o alcance da paz, o Presidente José Eduardo dos Santos, não só pelo seu carácter, mas sobretudo pela sua habilidade política e diplomática, e também pelo seu humanismo e magnanimidade, tendo em conta o poder que detinha como Presidente", sublinhou.

Por seu turno, o deputado e também general na reforma Eugénio Manuvakola, que interveio na conferência com o tema "Partidos políticos na promoção da cultura de paz, democracia e desenvolvimento do país", fez uma resenha histórica desde a luta de libertação nacional até ao "calar das armas" com a assinatura do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, a 4 de Abril de 2002.

Eugénio Manuvakola disse que a democracia em Angola é a solução "sagrada" para unir o país na sua diversidade, pois, como referiu, "todos os acordos de paz foram concebidos tendo por afinidade das partes a democracia como valor comum".

Já o economista e jornalista Carlos Rosado de Carvalho, na sua abordagem sobre "A economia angolana em 22 anos de Paz", pediu ao Governo maior atenção às necessidades básicas do país, tendo como prioridade a educação e a saúde.

APODES

De acordo com o presidente da associação, Jofre dos Santos, a conferência foi realizada com o objectivo de promover uma maior participação da sociedade civil no processo de desenvolvimento do país, e reflectir a paz como elemento essencial para o alcance do desenvolvimento.

"Decidimos congregar políticos e a sociedade civil porque temos que estar juntos, não só no processo de consolidação da paz, mas também de alcance do progresso que tanto almejamos", afirmou o líder da APODES, acrescentando que, após a conquista da paz, os desafios hoje são os de melhorar a qualidade de vida da população e a estabilização da economia angolana.

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