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A centralidade do Kapari é actualmente um dos ex-libris da província do Bengo, com fogos habitacionais de rigor arquitectónico e arruamentos desenhados à régua e esquadro. Mas, ao contrário do que o nome possa fazer supor, não fica localizado no musseque Kapari, mas sim no musseque Kikoka
No Huambo, os preços do material escolar, cuja procura aumentou nos últimos dias, com o arranque do ano lectivo, estão mais acessíveis nos mercados informais do que nas livrarias e lojas da cidade, constatou o Jornal de Angola.
Nestes mercados, encontra-se de tudo um pouco. Desde cadernos, livros, lápis de cor, lapiseiras, batas escolares e mochilas. O movimento em torno da aquisição dos materiais escolares nestes dias é intenso.
Estevão Salvador Catava, gerente da livraria Flofil, localizada nos arredores da cidade e que regista também um grande movimento, disse que desde o mês de Agosto que os pais fazem compras de material e que muitos compram o mais caro que existe.
Informou que alguns encarregados de educação fizeram as compras de material no fim do ano lectivo passado. Não obstante a isso, a grande maioria costuma deixar tudo para a última hora. "Em relação ao ano passado, este ano o material escolar está a ser mais comercializado”, reconheceu Estevão Catava.
Ali Barada, vendedor e dono das lojas Princesas Cinderela, situada nos arredores da Rua 5 de Outubro, disse que tem o seu estabelecimento apetrechado já há cinco meses, com material escolar, devido à grande procura que ocorre no arranque do ano lectivo.
Libanês
de nacionalidade, Ali Barada explicou que a alta de preços se deve ao facto de
o material ser adquirido em Luanda e Benguela, pelo que se tem de pagar o
transporte, os impostos, o arrendamento do estabelecimento e os outros
encargos.
Pesquisar preços em vários estabelecimentos
Azinavone Sambototo, encarregado de educação, disse que não faz compra do material só por fazer e que opta, antes demais, por pesquisar preços em vários estabelecimentos. "Nem sempre o que custa menos tem valor inferior e em contrapartida o que é mais caro às vezes não tem qualidade”, justificou.
Já Chimuma Ngobacasse, com seis filhos a estudarem nas classes que vão da 1ª a 12ª, disse ter optado por comprar aquilo que considera prioritário para esta fase. Apontou, a esse respeito, os cadernos, livros, lápis de cor, compasso, régua e outros materiais indispensáveis. Contudo, lamentou o elevado custo do preço destes materiais.
Agostinho Sequesseque, por seu turno, disse que preferiu adquirir os materiais escolares dos filhos muito mais cedo, por causa dos transtornos que ocorreram na fase que antecede o início das aulas.
"Nunca gostei de comprar as coisas à última hora nem esperar que a escola ofereça os livros, porque no ano passado só deram os de Língua Portuguesa e Estudo do Meio. Por isso, por precaução, comprei em antecipação, porque a escola pode falhar na distribuição dos livros gratuitos. Não quero ser apanhado de surpresa”, disse.
Ngueve Cinco-Reis, encarregada de educação de 12 netos, afirmou que os preços no mercado informal são mais acessíveis do que nas livrarias e lojas da cidade. A anciã comprou o volume de nove cadernos a 3.800 kwanzas cada, enquanto nas lojas custava 4.800.
Venda de batas
O vendedor de batas escolares Miguel Cassinda disse que os preços dependem do tamanho e, por isso, variam de 1.500 a 5.000 kwanzas cada. Apelou aos encarregados de educação a adquirirem o material escolar de forma atempada, para que os filhos tenham tudo pronto ao irem à escola.
Outra encarregada de educação, Esmeralda Lupassa, adquiriu as batas para os seus filhos a preços que variam entre 2.500 e 11 mil kwanzas. Já em relação aos livros, disse ter comprado no valor de 12.600 kwanzas cada um da 8ª classe, e a 2.800 os da 2ª classe.
Preços praticados nos mercados informais
Rosalina Nojamba, vendedora há cinco anos, explicou que o material escolar subiu muito de preço e está complicado revender. Disse, a título de exemplo, que uma resma de caderno que no ano passado vendeu a 2.500 kwanzas este ano está a custar 4.400.
A caixa de 12 resmas de papel, que facturava a 28 mil kwanzas, hoje compra a 45 mil, enquanto que a caixinha de 50 esferográficas que comprava a 1.000 actualmente está a 2.000 kwanzas. O lápis de cor está a 2.200 contra os 1.500 anteriores.
Verónica Gonçalves, por sua vez, afirma que os materiais mais procurados são os livros, cadernos e batas. "Na verdade, são poucos os que procuram por pastas e outros materiais escolares, porque alegam que os filhos voltam a utilizar os mesmos dos anos anteriores, para reduzir os gastos”, referiu.
Pesquisa de preços
A estudante do curso de Ciências Físicas e Biológicas, Graciana Jaime, de 17 anos, foi ao mercado da Quissala (Alemanha) fazer uma pesquisa dos preços para levar aos pais.
"Por causa do aumento dos preços do material, os meus pais mandaram-me tirar o preço de tudo que vou precisar este ano lectivo. Quando receberem o salário, dão-me o dinheiro e eu compro tudo”, disse a jovem estudante.
Graciana acrescentou que "a maioria dos encarregados de educação diz que é importante comprar os materiais o quanto antes, porque os preços, por norma, sobem perto do início do ano lectivo e nos primeiros dias de aulas.
Quem também foi fazer pesquisa de preços foi Maria Filomena, estudante da 13ª classe. Informou que este ano não vai precisar de muitos livros, porque o trabalho incide mais na investigação, com recurso a fascículos distribuídos pelos professores. No seu entender, a forma de estar descansado é comprar o material com um ou dois meses de antecedência.
Vendedoras ambulantes
As vendedoras ambulantes também são uma opção para muitos pais e encarregados de educação, neste período. Na zunga há de tudo um pouco e quem compra muito material beneficia de uma boa redução no preço, se-gundo a vendedora Odília Tchilombo, que vende material escolar desde o ano 2000.
Os cadernos mais procurados, acrescentou, são os que têm personagens como Hello Kitty, Ben 10, Homem Aranha e Hanna Montana. Um conjunto de seis cadernos custa 1.750 kwanzas.
"O que tenho visto desde que comecei a vender estes materiais é que os pais também se empolgam com estes produtos especiais. Parece que voltam à infância. Muitas vezes os ouvimos dizer que não querem que os filhos passem as mesmas dificuldades por que passaram”, relatou.
Raissa Benzy, vendedora de nacionalidade congolesa, que trabalha no mercado da Quissala, disse que compra cadernos, lápis de cor, réguas, lapiseiras e estojos em Luanda, nas lojas do São Paulo e na praça do Kicolo, a um preço acessível para revender no Huambo. Por isso, também pratica preços mais baixos.
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